terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A “virtualização” do mundo dos eventos

eventos virtuais
Virtual Events User Experience - VUE 2010
Lembro na minha adolescência, morando ainda em Havana, que em certa ocasião o colombiano Gabriel García Márquez, premio Nobel de Literatura, fez um comentário que motivou um grande debate: segundo ele, os livros impressos em papel seriam feios y sem graça, e iriam perder cada vez mais a preferência do público diante de outros meios mais simpáticos, como a televisão e o cinema.
 
Como era de se esperar, poucos concordaram com o comentário do respeitadíssimo Nobel, e eu fui no embalo, e também discordei. Um par de décadas se passaram, e hoje, vendo como os meus dois filhos adolescentes interagem com a tecnologia, agora sou eu quem não consegue imaginar os meus futuros netos lendo sequer um único documento, livro, revista ou jornal impresso em papel.
 
Veio-me à mente aquele comentário de García Marquez porque andei nesses dias pesquisando um pouco sobre o futuro dos eventos, e mais uma vez me deparei com o debate entre o antigo e o novo. E, com o maior respeito para os que pensam diferente, tudo me leva a crer que caminhamos em direção a um mundo onde inevitavelmente nos distanciaremos cada vez mais dos velhos e saudosos eventos presenciais. Vejo mais, em breve, eles poderão ter se transformado em apenas uma simpática lembrança de décadas passadas.
 
Quem ainda não recebeu um convite para participar num evento virtual pode aguardar apenas mais um pouco. Continuaremos sendo convidados para todo tipo de eventos: reuniões, cursos, conferências, simpósios, foros, congressos, feiras, etc.; mas estaremos presentes em muitos deles através da tela de um computador, ipad, iphone, black barry, android, windows phone ou de qualquer outra nova “engenhoca” virtual que seja criada, auxiliados sempre por ferramentas especiais de alta tecnologia.
 
Chego a essa conclusão (que em nada surpreenderia aos meus filhos!) não por falta de bons argumentos contrários. Na minha busca pela internet encontrei inúmeras teses e teorias interessantíssimas sobre o quão imprescindível resulta o “contato físico”, o “olho-no-olho”, o “tapinha nas costas” ou aquela “conversa de corredor” para se atingir os objetivos que levam à realização de um evento. Mas esses argumentos não me convencem mais.
 
Consigo fazer uma espécie de exercício mental e imaginar um futuro com muitos e muitos eventos, ou quase todos, sendo realizados totalmente “à distância”, ao tempo que enxergo também inúmeros profissionais de eventos trabalhando em seus equipamentos eletrônicos, focados na excelência da produção virtual e tentando de tudo para garantir a satisfação dos seus clientes.
 
Os profissionais de eventos deverão acompanhar de perto essas mudanças tecnológicas no mundo dos eventos, e se adaptar aos novos desafios que se impõem. Eles, em maior ou menor medida, continuarão sendo necessários para garantir a produção e o bom andamento dos eventos, nem que seja não mais no auditório de um imponente centro de convenções, e sim, por trás de uma discreta tela de um equipamento eletrônico.

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